Foto: recursos hidricos
O setor adota tecnologias e estratégias para otimizar o uso da água em seus processos contribuindo não só para a conservação ambiental, mas também para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU e metas florestais globais.
O manejo florestal sustentável, a gestão da paisagem e o aumento da eficiência das plantas industriais são práticas do setor que, aliadas ao diálogo com as comunidades vizinhas, formam as bases do trabalho em prol do uso compartilhado da água. Sua disponibilidade no longo prazo é considerada um ativo estratégico e um elemento chave nos processos de tomada de decisão das empresas, impulsionando a melhoria contínua das operações, tanto na floresta quanto na indústria.
O setor adota e aperfeiçoa práticas de manejo que compatibilizam a disponibilidade hídrica com a demanda das florestas e outros usos da terra. Essas práticas são fundamentais para a viabilidade do negócio de longo prazo e para a prevenção de tensões regionais pelo uso da água. O planejamento da paisagem com a adoção do plantio em mosaico, que intercala talhões comerciais de diferentes idades com florestas naturais, é um exemplo de estratégia que contribui para a disponibilidade hídrica. Ambas as práticas são reconhecidas pela ONU como medidas para a adaptação às mudanças climáticas (ONU, 2020).
Por meio de análises e do monitoramento de bacias hidrográficas, há anos realizados pelas empresas, é possível entender as condições hídricas das regiões e como as operações afetam a paisagem. Esses indicadores ambientais permitem ajustar as práticas de manejo, garantindo a disponibilidade da água tanto para a produção quanto para as demandas da sociedade. Essa abordagem, conhecida como manejo adaptativo, minimiza os impactos das plantações sobre os recursos hídricos.
Outro exemplo do cuidado com a disponibilidade de água nas florestas é a prática de deixar os resíduos da colheita, como cascas e folhas, no campo. Esses resíduos formam uma camada que retém a umidade e os sedimentos, mesmo com o impacto da chuva, garantindo a qualidade das águas superficiais e a conservação do solo.
Embora os segmentos de celulose, papel, pisos e painéis apresentem diferenças quanto ao uso da água, todos compartilham o compromisso com o uso racional. A maior parte da água captada pelas indústrias retorna aos corpos d’água, após passar por rigorosos processos nas Estações de Tratamento de Efluentes (ETE). Parte dessa água também retorna ao ambiente na forma de vapor, como nas chaminés das fábricas, na secagem de produtos e na evaporação dos tanques de tratamento de efluentes. Uma parcela ínfima permanece nos produtos.
O tema da água no setor florestal brasileiro é estudado pela academia e pelas áreas de Pesquisa & Desenvolvimento das empresas há muitos anos. Os primeiros estudos sobre Hidrologia Florestal datam do início do século 19.
Somando-se a tais esforços, a Ibá monitora as práticas de gestão hídrica do setor desde 2016, a partir de informações fornecidas pelas associadas. São indicadores divididos em três categorias: corporativo, florestal e fabril.
Consciência, gestão e inovação são os pilares fundamentais para garantir a água para todos. A atuação responsável do setor de árvores cultivadas, aliada à constante busca por tecnologias mais eficientes e à gestão integrada com a comunidade, demonstra que é possível alinhar produção e sustentabilidade, preservando os recursos hídricos para as gerações futuras.