Inovação

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A indústria brasileira de árvores plantadas é um exemplo notável de como um setor tradicional pode se reinventar por meio de inovações contínuas em todas as suas fases de operação, desde o plantio até o pós-uso dos produtos. Longe de ser apenas uma fonte de matéria-prima para papel e celulose, essa indústria abraça a transformação digital e a sustentabilidade de forma integrada, aplicando tecnologias de ponta que não só aprimoram seus processos, como também redefinem o futuro da cadeia produtiva florestal.

A trajetória de inovação contínua reflete-se em toda a cadeia produtiva, desde as técnicas mais sofisticadas de plantio até as aplicações finais dos produtos, passando por práticas de economia circular que transformam resíduos em novas oportunidades de valor. Essa abordagem não apenas mantém a indústria competitiva, mas também a posiciona como uma referência global em sustentabilidade e tecnologia aplicada. Atua fortemente em parceria com startups, universidades e centros tecnológicos. A transformação digital, aliada à busca incessante por melhorias, torna o setor de árvores plantadas um exemplo vivo de que a tradição pode ser a base para o futuro, quando combinada com uma visão arrojada e inovadora.

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Foto: manejo florestal

Manejo Florestal

A inovação começa já no plantio, onde tecnologias avançadas de seleção de clones e monitoramento de cultivos são aplicadas para garantir florestas mais resilientes e produtivas. A inteligência artificial e o machine learning são usados para ajustar operações em tempo real no campo, otimizando a manutenção de maquinários e aperfeiçoando o manejo de solo e a irrigação. A coleta de dados ambientais e o uso de sensores permitem intervenções rápidas, tornando os processos mais precisos e minimizando impactos ambientais.

O manejo sustentável das áreas é outro campo onde a inovação se mostra crucial. Empresas do setor utilizam tecnologias avançadas para o monitoramento da biodiversidade em suas áreas de cultivo, empregando bancos de dados que analisam sons e imagens para identificar e proteger a fauna local. Essas iniciativas não apenas ajudam a preservar o equilíbrio ecológico, mas também fornecem dados valiosos que informam práticas de manejo mais sustentáveis e alinhadas às demandas de conservação ambiental.

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Indústria

Nas fábricas, a digitalização é um pilar fundamental. Sensores espalhados pelas instalações compõem grandes centrais de monitoramento, capazes de detectar falhas e prever a necessidade de ajustes para maximizar a eficiência produtiva e a segurança operacional. Esse enfoque tecnológico garante não apenas a produtividade, mas também a continuidade dos padrões elevados de sustentabilidade, com a autossuficiência energética e a gestão inteligente de resíduos como prioridades. Resíduos florestais são convertidos em bioenergia ou transformados em fertilizantes, promovendo uma verdadeira economia circular e reduzindo a dependência de recursos não renováveis.

Uma inovação que também se destaca é o uso da inteligência artificial para reforçar o cuidado e a segurança dos colaboradores. Uma indústria do setor florestal inseriu câmeras com Inteligência Artificial dentro das cabines dos caminhões. Interligadas a uma central de monitoramento 24h, essa IA emite alertas de cansaço, sonolência ou desvio de atenção dos motoristas. As câmeras também falam com os motoristas, emitindo alertas como “faça uma pausa”. Equipes de monitoramento registram os alertas e tomam medidas necessárias.

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Foto: test

Produtos

Nos produtos, investimentos em pesquisas e inovação estão viabilizando o desenvolvimento de novos materiais e tecnologias que estão mudando o cenário industrial. A celulose solúvel, por exemplo, é uma dessas soluções que abre caminho para o futuro, oferecendo uma alternativa sustentável aos materiais de origem fóssil. Com alto grau de pureza e versatilidade, essa matéria-prima é utilizada em diversas indústrias, desde têxteis até produtos farmacêuticos, proporcionando uma base renovável e ambientalmente responsável para inúmeras aplicações.

Outro destaque da inovação no setor é o desenvolvimento de supermateriais como a nanocelulose, que possui propriedades únicas, sendo mais resistente que o aço, leve, impermeável e biodegradável. As suas diversas formas abrem portas para aplicações inovadoras: a nanocelulose cristalina é transparente e conduz eletricidade, tornando-se ideal para a produção de telas de celulares, enquanto a celulose microfibrilada pode ser usada na fabricação de fios têxteis que consomem menos água e produtos químicos. Além disso, a nanocelulose nanofibrilada, com sua baixa capacidade de absorção de água, é utilizada em barreiras para gases, cosméticos e até na biomedicina.

A lignina, outro biomaterial com grande potencial, está redefinindo a utilização de resíduos florestais. Tradicionalmente usada para geração de energia, essa molécula tem se mostrado promissora como substituta de derivados do petróleo em diversas aplicações. Sua utilização em aditivos para concreto, componentes de aviões e peças automotivas demonstra o quanto a madeira pode oferecer soluções mais sustentáveis e recicláveis, alinhando-se aos princípios da economia circular e reduzindo a dependência de recursos não renováveis. Além disso, os bio-óleos derivados da lignina podem ser empregados na geração de energia, como aditivos de combustíveis ou combustíveis propriamente ditos, trazendo ainda mais versatilidade ao setor.

Saiba mais sobre as novas aplicações.

O investimento contínuo em pesquisa e desenvolvimento é um dos pilares que impulsionam essa transformação

 

A colaboração com universidades e startups, bem como o uso de tecnologias de ponta como imagens de satélite de alta resolução, realidade aumentada, biorefinarias e a espectroscopia de infravermelho próximo (NIRS), reforçam a capacidade do setor de se adaptar rapidamente e encontrar soluções para os desafios globais. Essas parcerias e iniciativas garantem que a inovação não apenas melhore a eficiência e a produtividade, mas também crie valor compartilhado com as comunidades locais, promovendo um diálogo aberto e transparente com a sociedade.

A atuação conjunta com startups representa outra rota para a inovação dentro do setor. A Klabin investiu na startup israelense Melodea. O objetivo é utilizar a nanocelulose para substituir as barreiras de plástico ou alumínio em embalagens de leite ou sucos para torná-las mais recicláveis e biodegradáveis. Já a Suzano está levantando uma planta comercial em parceria com a finlandesa Spinnova, com vistas ao desenvolvimento de fios têxteis a partir da celulose microfibrilada, diminuindo em até 90% o uso de água e químicos.

Esse compromisso com a inovação é uma resposta direta às expectativas da sociedade moderna, que busca produtos sustentáveis e soluções que promovam um menor impacto ambiental. As empresas florestais estão continuamente incorporando as tecnologias mais recentes em seus processos, sejam elas desenvolvidas internamente ou adaptadas das melhores práticas globais, demonstrando que, apesar de suas raízes históricas, o setor de árvores plantadas está sempre voltado para o futuro.