A indústria brasileira de árvores cultivadas tem se destacado pela sua inovação voltada para a economia verde, desenvolvendo soluções que contribuem diretamente para a substituição de produtos de origem fóssil. Com um modelo de bioeconomia em larga escala, o setor adota uma abordagem integradora, sistêmica e circular, que vai desde o plantio das árvores até o pós-uso dos produtos gerados, promovendo benefícios climáticos significativos.
A cada dia, são plantadas 1,8 milhão de árvores, dando origem a uma crescente variedade de bioprodutos renováveis, como celulose, livros, cadernos, roupas, papéis, embalagens, papel higiênico, fraldas, painéis de madeira, tecido de viscose e pisos laminados. Esses produtos, que fazem parte do cotidiano de todos os brasileiros, substituem de maneira eficaz aqueles feitos a partir de fontes fósseis, trazendo vantagens ambientais e econômicas. Além de itens tradicionais como móveis e celulose, o setor também está na vanguarda de inovações em bioenergia, têxtil, farmacêutica, cosméticos, alimentação e muitos outros segmentos, abrindo caminho para um futuro sustentável.
Com essas inovações, tecnologia e ciência, profissionais capacitados estão trabalhando em conjunto para trazer soluções que aliam qualidade com sustentabilidade. Das árvores cultivadas, estão sendo desenvolvidas alternativas que absorvem e estocam CO₂, ajudando na mitigação dos impactos ambientais e climáticos. Assim, a indústria de árvores cultivadas não apenas atende a demandas de mercado, mas também desempenha um papel fundamental na construção de um futuro mais sustentável e consciente. A transformação desses materiais e subprodutos demonstra que as árvores cultivadas têm um potencial imenso, contribuindo para a construção de um caminho para um mundo mais verde e sustentável.
Lignina
Uma molécula presente em 25% da árvore, obtida a partir da produção de celulose e papel. Até então era um resíduo utilizado na combustão para geração de energia limpa. Hoje, é apontada como potencial substituta do petróleo e para aplicações em diversas indústrias, como matéria-prima para concreto, componentes de avião, peças de carro e bio-óleos.
Nanocelulose
Extraída da celulose, a nanocelulose é um supermaterial com dimensões nanométricas, muito resistente, além de ser leve e impermeável. Sua versatilidade a torna uma solução promissora em diversos setores, como eletrônicos, têxtil e embalagens de alimentos, contribuindo para produtos mais sustentáveis e eficientes.
Celulose Solúvel
Esta variação da celulose, já consolidada na produção de fibras têxteis (como a viscose) e em produtos farmacêuticos, tem ganhado novos usos a cada dia, graças à sua pureza e versatilidade. Além de promover uma indústria têxtil mais sustentável, a celulose solúvel se destaca como uma alternativa natural aos produtos derivados do petróleo, sendo aplicada em uma variedade crescente de segmentos, como filmes plásticos e outros produtos inovadores.
Celulose Microfibrilada
Essa inovação se destaca por sua elevada resistência e leveza, com aplicações que vão desde a indústria de embalagens até materiais compostos de alta performance. A MFC, obtida da polpa de celulose, contribui para a criação de tecidos que utilizam menos água e não dependem de produtos químicos agressivos, reduzindo as emissões de carbono em comparação com fibras tradicionais, como o algodão.
Celulose Nanocristalina
Com uma estrutura extremamente rígida, a celulose nanocristalina tem potencial em indústrias que exigem alta durabilidade, como revestimentos de alta resistência e dispositivos eletrônicos (como a tela do celular). Sua combinação de leveza e resistência mecânica a torna ideal para uma ampla gama de inovações tecnológicas
Celulose Nanofibrilada
Essa forma de celulose, composta por fibras extremamente finas, é usada em aplicações que exigem alta barreira contra oxigênio e líquidos, sendo amplamente utilizada na produção de embalagens biodegradáveis e revestimentos especiais. Sua capacidade de formar filmes transparentes e resistentes traz novas soluções para a indústria de alimentos e cosméticos.
Bioplásticos
A nova geração de plásticos, feitos a partir de materiais renováveis, é mais leve, resistente e biodegradável. Esses bioplásticos estão sendo incorporados na indústria automobilística, com aplicações em peças de carros, oferecendo uma alternativa sustentável em relação aos polímeros tradicionais
Etanol de Segunda Geração
Este etanol é produzido a partir de resíduos de madeira, palha e outros materiais que, muitas vezes, seriam descartados. Essa inovação busca transformar a biomassa em um etanol com características semelhantes ao etanol comum, mas de maneira mais eficiente e a um custo reduzido, contribuindo para uma matriz energética mais limpa.
Tall Oil
Este subproduto da fabricação de celulose é versátil e encontra aplicação em revestimentos, desinfetantes, aditivos para fluidos de perfuração, colas para papel e energia para caldeira.
Bio-óleos
A madeira aquecida em um ambiente sem oxigênio gera bio-óleos que podem substituir o diesel, contribuindo para a redução das emissões de gases de efeito estufa. Essa tecnologia permite o aproveitamento integral da madeira, utilizando cada parte da árvore de forma eficiente.